TAEB (Tubo de Admissão e Expulsão Bidirecional)

O TAEB nada mais é do que uma Ventosa Non Slam como um “pescoço” grande:

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Durante os transientes Hidráulicos, seja qual for a causa, na passagem da onda de subpressões o tubo do TAEB (“pescoço”) injeta água na adutora, eliminando assim as subpressões, desde que o nível da água no pescoço do TAEB não atinja o nível da adutora. Para tanto, é absolutamente necessária, para o dimensionamento do TAEB, de uma simulação computacional usando,  o Método das Características, para a determinação da altura e o diâmetro do TAEB de modo a garantir que não haverá entrada de ar na tubulação durante a passagem da onda de subpressão. Caso isso não seja feito, o dispositivo não agirá apropriadamente, o que pode ser grave no caso de ter havido a ruptura da coluna líquida. Quando da passagem da onda de sobrepressões, o fluxo da água se inverterá e a adutora é que passará a injetar água no TAEB, diminuindo os valor das sobrepressões, até o ponto quem que a ventosa, no alto do TAEB, se feche. Assim haverá um alívio das sobrepressões. É importante observar que o TAEB não é um dispositivo específico para alívio de sobrepressões, apesar de atuar também neste sentido.

Os dispositivos atualmente disponíveis para atenuação das subpressões resultantes dos Transientes Hidráulicos (Golpe de Ariete) tais como Ventosas duplas ou triplas, Tanques de Admissão Unidirecional (TAU), Chaminés de Equilíbrio ou Reservatórios Hidropneumáticos (RHO) ou tem uma eficiência questionável quando temos grandes valores de subpressão (em módulo) que é o caso das Ventosas, ou são muito caros, que é o caso dos TAUs, das Chaminés de Equilíbrio ou dos RHOs.

São estes os seguintes problemas e inadequações em cada um dos equipamentos hoje disponíveis:

  1. Ventosas duplas ou triplas:

a1. No caso de subpressões abaixo da pressão de vaporização da água (-10,33 mca ao nível do mar), como a ventosa injeta ar na adutora e não água, não há garantia de que os problemas resultantes da ruptura da coluna líquida serão resolvidos.

a2. Não tem nenhum efeito nas sobrepressões transientes

  1. Tanques de Admissão Unidirecional (TAU):

b.1 A Válvula de Retenção do TAU pode causar o que chamamos de “Golpe Secundário” ao fechar abruptamente. Como a interrupção do fluxo no Tubo de Admissão e Expulsão Bidirecional (TAEB) é feita através de uma Ventosa Non Slam, este “Golpe Secundário” não ocorre. Cabe aqui lembrar que este “Golpe Secundário” de maneira nenhuma é desprezível, podendo gerar, dependendo do caso, pressões superiores ao Golpe original.

b2. Não tem nenhum efeito nas sobrepressões transientes

b3. O TAEB é alimentado diretamente pela tubulação em regime permanente, não possuindo nenhum mecanismo extra de alimentação. Já o TAU exige uma tubulação extra da tubulação para a o Tanque, sendo está alimentação controlada através de uma bóia. Esta bóia, além de ser um custo extra desnecessário de implantação e manutenção, muitas vezes, poder deixa de funcionar apropriadamente, alterando o nível de água no TAU ou até mesmo esvaziando completamente o TAU, tornando-o inútil.

b4. A ventosa do TAEB atua em regime permanente como um ventosa simples, eliminando a ar preso no regime rotineiro da adutora. O TAU não exerce essa propriedade.

b5. A ventosa do TAEB atua admitindo ar durante o processo de esvaziamento da adutora e expulsando ar durante o processo de enchimento da adutora. O TAU não faz isso.

b6. O custo do TAU varia de 4 a 6 vezes o curso de um TAEB.

  1. Chaminés de Equilíbrio e RHOs: O alto custo destes equipamentos torna-os inviáveis para a maioria das aplicações comuns nas quais haja severos problemas de subpressão.

As principais vantagens do TAEB em relação a estes equipamentos  citados são:

  1. Injeta água em vez de ar, na adutora, garantindo a eliminação de uma eventual ruptura da coluna líquida.
  2. Manutenção reduzida em relação a outros equipamentos com mesma eficiência.
  3. Custo muito mais baixo em relação a outros equipamentos com mesma eficiência.
  4. Atua também para atenuação das sobrepressões transientes.

Finalmente o mais importante é observar que o TAEB somente funcionará adequadamente se

  1. No seu processo de dimensionamento, for efetuada uma simulação computacional dos transientes hidráulicos da adutora específica, de modo a garantir que não haverá a entrada de ar na adutora naquele ponto, usando o Método das características. Se isto não for feito, de maneira nenhuma pode-se garantir o adequado funcionamento do TAEB.
  2. A Ventosa de Quadrifunção a ser instalada no topo do TAEB for uma Ventosa non slam Quadrifunção.